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21 de nov. de 2011

A Verdade é sempre verdade, independe da sua opinião.

Fundamentos

            Os fundamentos são invisíveis, ficam abaixo do solo. Nunca são lembrados ou sua beleza é apreciada. Como casas de vila construídas com fundamentos diferentes, nossas vidas parecem idênticas quando tudo vai bem e não há tempestade. Talvez, aquele que economizou no fundamento teve até mais dinheiro para melhorar no acabamento interno e na pintura da fachada, porém o tempo revelará. . . Vale a pena investir no fundamento!
            Outro texto muito importante é a “Parábola do Semeador” (Mateus 13), onde Jesus nos mostra a importância da sua palavra (semente) ser acolhida num coração bem trabalhado (solo bom). O resultado da frutificação das sementes (idênticas) foi única e exclusivamente em função dos diversos tipos de solo. O Pai, o Agricultor (João 15), está disposto a trabalhar duro nos solos dos nossos corações para nos ver dando muito fruto. 
“Segundo a graça de Deus que me foi dada, lancei o fundamento como prudente construtor; e outro edifica sobre ele. Porém cada um veja como edifica. Porque ninguém pode lançar outro fundamento além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo. Contudo, se que alguém edifica sobre o fundamento é ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, manifesta se tornará a obra de cada um; pois o dia a demostrará, porque está sendo revelada pelo fogo; e qual seja a obra de cada um o próprio fogo o provará. Se permanecer a obra de alguém que sobre o fundamento edificou, esse receberá galardão;” (I Coríntios 3:10-14) 
“...A pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra angular; ... Todo o que cair sobre esta pedra ficará em pedaços; e aquele sobre quem ela cair ficará reduzido a pó”. (Mateus 21:42 e 44) 
            De acordo com estes versículos, vemos que o fundamento não é o ensino teológico ou a filosofia de vida cristã, mas, a própria pessoa de Jesus Cristo. Em I Pedro 2:4-8, há um encorajamento para nos chagarmos à “pedra que vive” e sermos edificados casa espiritual também como pedras que vivem. Pedro recebeu a revelação do Espírito Santo que a Igreja seria edificada sobre “esta pedra”, ou seja, a revelação da pessoa de Jesus Cristo, e as  portas do inferno não prevaleceriam contra ela.
(Mateus 16:17-18)

Fundamentos

            Os fundamentos são invisíveis, ficam abaixo do solo. Nunca são lembrados ou sua beleza é apreciada. Como casas de vila construídas com fundamentos diferentes, nossas vidas parecem idênticas quando tudo vai bem e não há tempestade. Talvez, aquele que economizou no fundamento teve até mais dinheiro para melhorar no acabamento interno e na pintura da fachada, porém o tempo revelará. . . Vale a pena investir no fundamento!
            Outro texto muito importante é a “Parábola do Semeador” (Mateus 13), onde Jesus nos mostra a importância da sua palavra (semente) ser acolhida num coração bem trabalhado (solo bom). O resultado da frutificação das sementes (idênticas) foi única e exclusivamente em função dos diversos tipos de solo. O Pai, o Agricultor (João 15), está disposto a trabalhar duro nos solos dos nossos corações para nos ver dando muito fruto. 
“Segundo a graça de Deus que me foi dada, lancei o fundamento como prudente construtor; e outro edifica sobre ele. Porém cada um veja como edifica. Porque ninguém pode lançar outro fundamento além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo. Contudo, se que alguém edifica sobre o fundamento é ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, manifesta se tornará a obra de cada um; pois o dia a demostrará, porque está sendo revelada pelo fogo; e qual seja a obra de cada um o próprio fogo o provará. Se permanecer a obra de alguém que sobre o fundamento edificou, esse receberá galardão;” (I Coríntios 3:10-14) 
“...A pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra angular; ... Todo o que cair sobre esta pedra ficará em pedaços; e aquele sobre quem ela cair ficará reduzido a pó”. (Mateus 21:42 e 44) 
            De acordo com estes versículos, vemos que o fundamento não é o ensino teológico ou a filosofia de vida cristã, mas, a própria pessoa de Jesus Cristo. Em I Pedro 2:4-8, há um encorajamento para nos chagarmos à “pedra que vive” e sermos edificados casa espiritual também como pedras que vivem. Pedro recebeu a revelação do Espírito Santo que a Igreja seria edificada sobre “esta pedra”, ou seja, a revelação da pessoa de Jesus Cristo, e as  portas do inferno não prevaleceriam contra ela.
(Mateus 16:17-18)

10 de nov. de 2011

Sacerdócio Perante Deus


Hebreus 5:1
Todo Sacerdote é escolhido dentre os homens e designado para representá-los em questões relacionadas com Deus e apresentar ofertas e sacrifícios pelos pecados.

7 de nov. de 2011

Sete Considerações a Respeito de dar e pedir Conselhos:

Sete Considerações a Respeito de dar e pedir Conselhos:

O assunto sobre conselhos é muito importante. Algumas situações muito iguais podem acontecer em igrejas que tem o discipulado como prática. Em muitos casos o abuso de autoridade é bem visível no meio de relacionamentos de discipulado.

FORMAR É MAIS DO QUE INFORMAR

    Certa vez um irmão falou sobre o tema "Luz do Mundo", e dizia: "A luz não se ouve, a luz se vê".  Jesus, que se apresentou como a luz do mundo, sabia que não poderia transmitir esta luz apenas com pregações. Ele não era o som do mundo. Por mais que falasse, Jesus não conseguiria transmitir toda a sua glória.  Suas palavras eram espírito e vida (Jo 6.63), mas a vida que estava nele era a luz dos homens (Jo 1.4). Ele sabia que esta luz deveria ser vista e observada de perto. As pregações são necessárias e até indispensáveis, mas o máximo que elas fazem é animar e informar.  Nunca promovem formação.  A informação é importante, mas é uma pequena parte da obra.  Então, como Jesus fez?

COMO DEVE SER AQUELE QUE DISCIPULA?

    Existe um grande perigo neste ministério: O abuso de autoridade. O Discipulador precisa entender que ele é o servo do discípulo e não o dono. Deve ensinar-lhe o conselho de Deus e não os seus gostos e costumes pessoais.  Deve preservar a iniciativa e as qualificações pessoais do discípulo.
    Devemos ter em mente a visão de Deus sobre a autoridade. No mundo a autoridade é sinal de posição e domínio. No reino de Deus é ao contrário. Jesus disse: "quem quiser tornar-se grande entre vós, será este o que vos sirva" (Mc 10.43). Ele foi o nosso exemplo. Foi o que mais se humilhou e o que mais serviu. Por isso que o Pai lhe deu toda a autoridade (Fp 2.5-11).

    Devemos distinguir bem entre três coisas distintas:

A PALAVRA DO SENHOR.  A esta o discípulo deve ter uma submissão absoluta. Quando lhe damos a palavra de Deus e ele não a recebe, está sendo rebelde e pode até ser disciplinado se não se arrepender.

  NOSSOS CONSELHOS.  A submissão aqui é relativa. Exemplo: quando dizemos a um discípulo que ele não pode casar com uma mulher incrédula, estamos dando a palavra do Senhor, mas quando dizemos que não é bom que ele case com a irmã "fulana", estamos dando um conselho. Muitas vezes o conselho que damos é baseado no conhecimento que temos da palavra do Senhor, mas, mesmo assim, não passa de um conselho. Não é uma palavra absoluta do Senhor.  Se o discípulo rejeita o conselho não é necessariamente um rebelde.  Entretanto, aquele que nunca aceita conselhos, é orgulhoso e auto-suficiente.. Não pode ser edificado.
   
NOSSAS OPINIÕES. Não é necessário nenhum tipo de submissão às opiniões e gostos pessoais do Discipulador.

Por fim, devemos entender que, como discipuladores, devemos dar três coisas fundamentais ao discípulo:

DEVEMOS DAR A NÓS MESMOS. Jesus não dava reuniões e sermões, dava a si mesmo (Jo 1.38-39;  Mc 2.15). Dar a si mesmo é dar o seu tempo, seu interesse, sua AMIZADE. Deixar-se envolver, ter carga, zelar, orar. Temos que dar nossa casa, nosso amor, nossa vida.

DEVEMOS DAR EXEMPLO. Jesus era exemplo (Jo 13.15). Ele disse: "vinde e vede" e não: "vinde e ouvi".  Nós também devemos dizer "vinde e vede". Devemos chegar a dizer: "sede meus imitadores como eu sou de Cristo". Isto não é pretensão.. Jesus não era pretensioso, nem Paulo. Deus é que nos torna exemplos pela vida de Cristo em nós.

DEVEMOS DAR A PALAVRA DE DEUS. Jesus instruiu com a palavra (Jo 15.3). Ele estava constantemente mostrando a vontade do Pai. Ele ensinava e orientava em toda parte e em todo o tempo. No templo, em casa, no caminho, no barco (Mc 10.1). Jesus dava ensino para todas as áreas da vida. Nós temos que ensinar os discípulos a guardar todas as coisas que Jesus ordenou.

Dito isto é importante entender que para estarmos preparados para exercer o papel de conselheiros devemos ter em mente estas sete considerações que serão faladas aqui. Antes de começarmos a colocar estas considerações, vamos refletir em cima de uma Escritura Sagrada muito interessante.
2 Crônicas 10:1=19: “Roboão foi a Siquém, onde todos os israelitas tinham se reunido para proclamá-lo rei. Jeroboão, filho de Nebate, tinha fugido do rei Salomão e estava no Egito. Assim que soube da reunião em Siquém, voltou do Egito. E mandaram chamá-lo. Então ele e todo o Israel foram ao encontro de Roboão e disseram "Teu pai colocou sobre nós um jugo pesado, mas agora diminui o trabalho árduo e este jugo pesado, e nós te serviremos". Roboão respondeu: "Voltem a mim daqui a três dias". E o povo foi embora. O rei Roboão perguntou às autoridades que haviam servido ao seu pai Salomão durante a vida dele: "Como vocês me aconselham a responder a este povo?" Eles responderam: "Se hoje fores bom para esse povo, se o agradares e lhe deres resposta favorável, eles sempre serão teus servos". Roboão, contudo, rejeitou o conselho que as autoridades de Israel lhe deram e consultou os jovens que haviam crescido com ele e o estavam servindo. Perguntou-lhes: "Qual é o conselho de vocês? Como devemos responder a este povo que me diz: 'Diminui o jugo que teu pai colocou sobre nós'?" Os jovens que haviam crescido com ele responderam: "A este povo que te disse: 'Teu pai colocou sobre nós um jugo pesado; torna-o mais leve' - dize: 'Meu dedo mínimo é mais grosso do que a cintura do meu pai. Pois bem, meu pai lhes impôs um jugo pesado; eu o tornarei ainda mais pesado. Meu pai os castigou com simples chicotes; eu os castigarei com chicotes pontiagudos' Três dias depois, Jeroboão e todo o povo voltaram a Roboão, segundo a orientação dada pelo rei: "Voltem a mim daqui a três dias". Mas o rei lhes respondeu asperamente. Rejeitando o conselho das autoridades de Israel, seguiu o conselho dos jovens e disse: "Meu pai lhes tornou pesado o jugo; eu o tornarei ainda mais pesado. Meu pai os castigou com simples chicotes; eu os castigarei com chicotes pontiagudos". E o rei não atendeu o povo, pois esta mudança nos acontecimentos vinha da parte de Deus, para que se cumprisse a palavra que o Senhor havia falado a Jeroboão, filho de Nebate, por meio do silonita Aías. Quando todo o Israel viu que o rei se recusava a ouvi-lo, respondeu ao rei: "Que temos em comum com Davi? Que temos em comum com o filho de Jessé? Para as suas tendas, ó Israel! Cuide da sua própria casa, ó Davi!" E assim os israelitas foram para as suas casas. Quanto, porém, aos israelitas que moravam nas cidades de Judá, Roboão continuou como rei deles. O rei Roboão enviou Adonirão chefe do trabalho forçado, mas todo o Israel o apedrejou até a morte. O rei, contudo, conseguiu subir em sua carruagem e fugir para Jerusalém. Desta forma Israel se rebelou contra a dinastia de Davi, e assim permanece até hoje”.

Um homem que infelizmente não ouviu conselhos dividiu o Reino de Israel. Então vamos analisar as sete considerações para quem dá e pede conselhos.

1-  Aqueles que não pedem conselhos e só notificam o que fazem:

Um homem chega para seu parceiro de discipulado e diz: Comprei um carro em 259 vezes de 590. O que você acha?
O que o parceiro de discipulado poderia achar? Não lhe foi pedido conselho algum, ele só foi notificado.

2-  Os independentes:

Não pedem conselho e nem notificam suas decisões.

3-Os que pedem conselhos, mas não consideram:

Para que pedir conselho se nosso coração não está disposto a acatar? Muitos conselhos não virão de encontro a nossa vontade, mas nos contrariarão. Esta classe de pessoas até pedem aconselhamento, tudo bonitinho, mas não está disposto a seguir o conselho.

4-Os que pedem conselhos para pessoas que dirão exatamente o que querem ouvir?

Normalmente pessoas vão se aconselhar com pessoas que irão dizer o que elas desejam ouvir. Ou por que estão na mesma situação, ou por que não tem muito a oferecer espiritualmente.

Um jovem uma vez foi pedir conselho ao amigo:
“Meu pai não quer que eu vá ao retiro”
O amigo disse:
“Que absurdo, conte para o líder”
E foi o que o jovem foi fazer, chegou até o líder e disse:
“Meu pai não quer que eu vá ao retiro, isso não é um absurdo? Nem cristão meu pai é.”
O Líder então lhe respondeu:
“Seu pai não permite que você vá? Então o obedeça, então não tenho autoridade sobre você; perante Deus, seu líder é seu pai.”

Captou?

5-Os que buscam conselhos com um monte de gente:

“quem sai à guerra precisa de orientação, e com muitos conselheiros se obtém a vitória.(Pv 24:6).

Eles usam até a Bíblia para confirmar sua atitude imprudente. Os conselheiros aqui em provérbios são os generais de guerra do Reino. Para sair a guerra você não consulta um açougueiro. Você irá a alguém que entenda de guerra.
Não saia espalhando coisas sobre sua vida e suas decisões.
6-Aqueles que fazem de seus líderes e discipuladores seus gurus:

Nunca buscam a Deus. Nunca oram. Não jejuam. Não amam a Palavra de Deus. Quando precisam de ajuda, correm para seus discipuladores. Um erro terrível!
E ainda pior que isso é que existem discipuladores que querem ser gurus. E até se ofendem quando dão conselhos e seus discípulos resolvem não fazer daquela maneira. Querem ser chefes dos discípulos. Outro erro infeliz.

7- Os que buscam à Deus em primeiro lugar:

Você que é um dicipulador deveria suspirar de alegria ao ver seu discípulo buscar à Deus ao invés de você.
Estes aqui buscam a Deus em oração, na palavra, no jejum e depois vão aos seus parceiros e buscam a confirmação de Deus nas palavras de seu discipulador.

Qual destas considerações você se identifica?

3 de nov. de 2011

Série:Parabolas de Jesus

Um convite à alegria
A questão levantada pelos discípulos de João sobre os modos festivos  de Jesus e seus discípulos num tempo que eles viam como cheio de   tragédia (Mateus 9; Marcos 2; Lucas 5) mais tarde apareceu numa inquirição queixosa do próprio prisioneiro João: "És tu aquele que estava para vir ou havemos de esperar outro?" (Mateus 11:3). Era o grito ansioso de alguém cujos sofrimentos tinham-no aparentemente feito duvidar por um momento do próprio Rei e do reino que ele próprio tinha proclamado. Depois de responder a pergunta de João, Jesus falou de sua incomparável grandeza à multidão reunida e então repreendeu-a, observando que eram pessoas como crianças teimosas em seus jogos, que se recusavam a brincar de casamento ou de funeral (Mateus 11:16-19). João tinha vindo jejuando e vivendo isolado e eles tinham dito que ele era possuído por um demônio. Jesus veio festejando e vivendo livremente entre eles, e tinham se queixado que ele era glutão e comparsa de pecadores!
 
É inquestionável que Jesus identificava sua missão e sua mensagem como sendo de alegria. Ele é o verdadeiro noivo que nos convidou para uma festa de casamento. Ele veio trazer paz aos perturbados, perdão para os culpados, alegria para os abatidos, liberdade para os escravizados (Isaías 61:1-3). A mensagem e o jejum de João e seus discípulos tinham sido inteiramente apropriados a tempo -- e ainda é -- quando homens e mulheres, em sua teimosia e orgulho, precisam arrepender-se e humilhar-se diante de um santo e justo Deus. Mas não faz sentido para aqueles que se arrependeram em profundo remorso continuar o funeral quando "... o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo" chegou (João 1:29).
 
É irônico que foi o próprio João Batista que antes tinha dito, "Eu não sou o Cristo.... o amigo do noivo que está presente e o ouve muito se regozija por causa da voz do noivo. Pois esta alegria já se cumpriu em mim. Convém que ele cresça e que eu diminua" (João 3:28-30). Por que estavam os discípulos deste próprio João jejuando e lastimando? Porque ainda não tinham crido que Jesus era o Cristo de Deus. Em suas mentes duvidosas, o "noivo" ainda não estava com eles. Diferindo do seu mestre, ainda não tinham chegado a saber e regozijar nele.
 
Ainda há pessoas que têm dificuldade para passar de João a Jesus. É certamente verdade quanto aos membros do partido "Batista", que defendem seu nome e espírito sectário apelando para João Batista, ao invés de Cristo. Pode ter sido uma vez apropriado ser um discípulo do Batista mas, agora que o próprio Filho de Deus veio, isso é totalmente sem justificação (Atos 19:1-5). João teria sido o primeiro a reprová-lo. Atos 11:26 diz: "foram os discípulos... chamados cristãos".
 
O mesmo é verdade quanto a todos os que reverenciam homens que falam de Cristo, acima do próprio Cristo. Não há, absolutamente, nenhuma defesa para homens alegremente chamando-se luteranos ou wesleyanos, e outras coisas, ou, mais sutilmente, tranqüilamente estimando pregadores contemporâneos e seus julgamentos acima da pessoa e vontade de Deus. "Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor" (1 Coríntios 1:31; veja 1:11-13).
 
Mas há um problema, ainda mais fundamental, abordado na resposta de Jesus aos discípulos de João. Jesus disse que estar com ele era ter alegria. Contudo, há cristãos que aceitaram o convite para a festa de casamento do Senhor, mas parece que não estão querendo sair da marcha fúnebre. Eles parecem determinados a viver em perpétua aflição e desespero pelas suas imperfeições e fracassos. O convite do Senhor para comemorar e exultar em sua misericórdia certamente não é chamar para viver com ocasional indiferença pelo pecado, nem é também um chamado para um perpétuo bater nos peitos, uma vez que nos arrependemos e buscamos seu magnânimo amor.
 
Não é adequado que cristãos vivam na presença do próprio Senhor como povo derrotado e desesperado. Tal comportamento se torna uma injúria contra sua benignidade.
 
Não é adequado também que o povo de Deus tenha que servi-lo como "escravos indo açoitados para o seu calabouço", cumprindo seu serviço a Ele como um dever oneroso e opressivo. Tal conduta é uma difamação de sua graça, uma acusação que desonra seu amor. Para viver verdadeiramente na feliz companhia do Filho de Deus terá de saber que seu jugo é suave e seu fardo é leve (Mateus 11:30).
 
Pode não ser possível, na verdade, dominar uma emoção, mas é possível decidir olhar sinceramente para as grandes verdades sobre Deus que, se assim fizermos, nos trarão alegria inevitável. Assim Paulo diz aos filipenses, "Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo: alegrai-vos" (Filipenses 4:4). Simplesmente, não é certo para os cristãos estarem perpetuamente tristes e desconsolados, quaisquer que sejam suas cargas. Paulo está certo em dizer que há bastante alegria em Cristo para suplantar completamente todas as nossas tristezas. Como o próprio nosso Senhor disse, há algumas coisas que justamente não são adequadas quando estamos vivendo na amável companhia do Rei do universo.

Série:Parabolas de Jesus

Jesus tinha uma palavra para isso
Jesus certamente viveu mais cônscio do mundo no qual ele andava do que qualquer outro homem antes dele. E de tudo que o rodeava ele tirou ricas metáforas, que fizeram dele um tão irresistível ilustrador e mestre.
 
O Senhor começou cedo, nos seus discursos públicos, a falar com conhecimento de pescadores, agricultores, pastores e comerciantes. Ele tirou expressivas comparações do mundo dos reis e dos príncipes, dos servos e dos pobres, sacerdotes e publicanos, juízes e ladrões. Ele encontrou lições na relva e nas flores, no vento e na rocha. Ele falou muito de vinhas e trigais, de joio, de espinhos e de cardos. Ele conhecia bem o lugar da raposa e o caminho dos lobos e das ovelhas. E falou especialmente do lar, de sal e de lâmpadas, de cozinha e de limpeza, de festas e de casamentos, de pais e de filhos. E suas palavras eram maravilhosas, pelo modo como tornavam a vontade do céu tão real e clara.
 
Muito do que Jesus disse tão expressivamente não estava nas parábolas clássicas, mas em dizeres e ilustrações que eram semelhantes a elas. A. B. Bruce chama-as "germes de parábolas" e G. Campbell Morgan intitula-as "ilustrações parabólicas". Muitas são simples metáforas passageiras que acrescentam clareza a um pensamento, um ensinamento. A primeira aparece no chamado do Senhor a quatro galileus para se tornarem "pescadores de homens" (Mateus 4:19). O Sermão do Monte está literalmente cheio destas ricas analogias, comparações que fazem o pensamento virtualmente saltar da página. É a estas "parábolas" embrionárias de Jesus que queremos dar nossa atenção.

Os amigos do noivo (Mateus 9:15)
Subitamente, no meio da crescente popularidade do segundo ano de pregação do Senhor, de sucesso do grande ministério galileu, os sinópticos (Mateus, Marcos e Lucas) interrompem sua história para nos dizerem que nem tudo vai bem. Em Mateus 9, Marcos 2 e Lucas 5, cada um começa pela primeira vez a falar da crescente oposição a Jesus nos meios judaicos influentes. Ele não se ajustava confortavelmente ao mundo tradicional deles. Seu ambiente e comportamento completamente não ortodoxos deixavam os líderes judeus muito desconfortáveis, mas sua proposta para .perdoar os pecados de um paralítico em Cafarnaum deixou a equipe de observadores enviados de Jerusalém quase apoplécticos! Aquilo era blasfêmia! (Mateus 9:1-8; Marcos 2:1-12: Lucas 5:17-26). Eles não podiam dizer mais nada, mas Jesus tinha curado completamente o homem diante dos próprios olhos deles!
 
As coisas não melhoram mais tarde, quando ele selecionou Mateus, o publicano, como um dos seus associados e então passou a tarde festejando alegremente com outros tipos também de má reputação (Mateus 9:27-32).
 
Foi ali, talvez perto da porta da casa de Mateus, que os fariseus, numa e estranha ligação com discípulos de João, perguntaram-lhe porque eles e os discípulos de João jejuavam enquanto seus próprios seguidores estavam festejando e regozijando (Mateus 9:14; Marcos 2:18; Lucas 5:33). Jesus respondeu que não era certo que os amigos do noivo lamentassem na festa do casamento enquanto o noivo estava com eles. Haveria tempo bastante para jejuar e ficar triste, ele disse, quando seu amigo fosse tirado deles.
 
Os fariseus e os discípulos de João tinham tentado julgar Jesus pelos seus próprios padrões. Quem deu a ele o direito de quebrar as conveniências? Que tipo de homem santo era este, que passava seus dias festejando? Precisa-se entender os discípulos do Batista. Com João definhando na prisão de Herodes, eles sem dúvida achavam jejuar mais apropriado do que festejar e talvez tivessem sido levados a admirarem-se da aparente despreocupação de Jesus. Os fariseus, por outro lado, eram apenas ritualistas despreocupados que tinham um hábito de procurar crédito com Deus duas vezes por semana (Lucas 18:9-12; a tradição dizia que Moisés subiu ao Sinai na segunda-feira e desceu na quinta-feira). Isso nada tinha a ver com seus corações ou as realidades espirituais de suas vidas. Seus jejuns, como aqueles dos antigos israelitas (Isaías 58:1-9), não tinham nenhuma ansiedade para com Deus.

Jejuar fazia algum sentido para os discípulos de João. A mensagem do seu mestre tinha sido um chamado ao arrependimento. Havia conforto nela, mas um conforto moderado. O reino do céu estava próximo, mas quem estava preparado para encontrá-lo? Era uma mensagem necessária, mas não era tudo o que o céu tinha a dizer.
 
E era inteiramente adequado que os fariseus jejuassem, pois o caminho do Senhor era para eles uma pesada carga a suportar. Eles certamente nada sabiam do que Jesus descrevia como "uma fonte a jorrar para a vida eterna" (João 4:14).
 
Mas estarem tristes não era direito para os amigos do Noivo. Jesus havia vindo para trazer plenitude de alegria (João 15:11). E era a alegria do maior casamento de todos, o casamento da terra e do céu! Chegaria o dia quando haveria necessidade de dizer aos seus discípulos que jejuassem; a tempestade que tiraria o Noivo deles já estava se formando. Mas até mesmo isso não seria capaz de afastar a profunda paz, a alegria exultante que ele lhes tinha dado (João 14:27-28; 15:11; 16:21-22). A festa de casamento recomeçaria finalmente numa explosão de triunfo, começando com um túmulo vazio e terminando com um esplendor de glória eterna (Apocalipse 19:6-9; 21:1-4). Cristãos, regozijem!
   

Série:Parabolas de Jesus

Encontrando nosso caminho através das parábolas

Há alguns princípios importantes que precisam guiar-nos se quisermos descobrir os tesouros das parábolas. A falta de conhecer e observar a pauta natural que governa a interpretação do tipo especial de literatura ao qual as histórias de Jesus pertencem produzirá confusão antes que iluminação.

Um exemplo clássico de como não fazer é visto no tratamento de Agostinho da parábola do Bom Samaritano. Ignorando o indício contextual, o grande norte-africano alegorizou a simples história de Jesus numa história da humanidade. O homem derrubado por ladrões (Satanás e seus anjos) era Adão que tinha, em rebelião, saído de Jerusalém (a cidade celestial) e partido para Jericó (mortalidade). Satanás tinha-o despido (de sua imortalidade) e deixado semi-morto (espiritualmente, mas não fisicamente). O sacerdote e o levita (sacerdócio e ministério do Velho Testamento) que passaram foram incapazes de salvar o homem e ele foi deixado para o samaritano (o Senhor) atar suas feridas (coibir o pecado), derramar óleo (esperança) e vinho (fervor). A estalagem é a igreja, o estalajadeiro é Paulo, e os dois dinheiros são ou os dois maiores mandamentos, ou os dois "sacramentos". Nenhum comentário sobre tão evidente excesso é necessário.

As parábolas de Jesus devem ser abordadas naturalmente, tomando cuidado para não desencaminhá-las de seu simples propósito. Elas são histórias ilustrativas geralmente concebidas para ter três partes básicas: 
ŒUma ocasião histórica que produziu a parábola. A história ou narrativa. E Ž a lição principal a ser extraída dessa história. Com isto em mente, olhemos para certas regras importantes a seguir na busca das mensagens individuais das parábolas.
ŒEstude a parábola em seu contexto histórico para determinar por que foi contada. Todas as parábolas foram primeiro contadas a uma determinada audiência numa ocasião específica. Por exemplo, a história do Bom Samaritano foi ocasionada pela queixa de certo advogado a Jesus, que era difícil amar seu próximo quando não podia imaginar quem ele era (Lucas 10:25-30), e as três maravilhosas parábolas sobre as coisas perdidas em Lucas 15 foram uma resposta aos ataques feitos contra Jesus pela "má companhia"  que ele estava mantendo (versículos 1-2). Às vezes esta informação de pano de fundo está faltando e o significado de uma determinada parábola precisa ser buscado na informação mais ampla dos Evangelhos, mas, quando presentes, as circunstâncias nas quais uma parábola foi contada nos dão uma indicação mais certa quanto ao propósito do Senhor para sua história. O contexto precisa sempre governar o texto.
Procure a verdade principal que a parábola pretende ensinar. Muitas parábolas pretendem desenvolver apenas um ponto, e não ser um veículo para todo o esquema da redenção. Lições secundárias podem muitas vezes ser legitimamente extraídas de uma parábola, mas isto deve ser feito com cuidado e somente depois que a mensagem principal tiver sido determinada.
Ž Não se perca nos pormenores da parábola. Os pormenores de uma parábola às vezes podem ter significado, mas na maioria das vezes eles não contêm nenhum significado oculto e são simplesmente designados a preencher a história. O bezerro cevado, música e dança, anel de ouro, sapatos e vestes da história do filho pródigo não são simbólicos de nada, mas simplesmente refletem, em termos significativos para o tempo, a alegria do pai pela volta de seu filho. Uma boa regra é não dar nenhum significado figurativo a minúcias, a menos que o contexto o autorize.
Não tente estabelecer uma posição doutrinária somente por uma parábola. Há muito que é esclarecido para nós pelas parábolas de Jesus, mas precisam sempre ser entendidas à luz dos ensinamentos claros da Escritura, nunca em contradição com ela. Estas ilustrações são mais destinadas a serem janelas do que pedras de fundação. Elas não declaram tanto uma doutrina quanto ilustram uma faceta significativa dela.
Finalmente, e mais importante, procure sempre uma aplicação pessoal de cada parábola. Depois de ter determinado a lição, ou as lições corretas da parábola sendo estudada, a pergunta mais importante é: "Encontrei a mim mesmo nesta parábola?" "Quais mudanças em minha vida e meus pensamentos esta parábola exige de mim?" Não há nada tão trágico como um estudo dos ensinamentos de Jesus que não é conduzido por mais do que uma curiosidade intelectual, a menos que seja o estudo de algum pregador que sente a necessidade "profissional" de pregar um sermão a outros sem um único pensamento de fazer qualquer aplicação a si mesmo. É imperativo, em nosso estudo das parábolas, que cada um continuamente pergunte, "Senhor, o que há aqui para mim?" Deste modo somente encontraremos os ouvidos de ouvir para os quais nosso Senhor apelou quando pela primeira vez ele ensinou por parábolas (Marcos 4:9, 23).

Série:Parabolas de Jesus

A parábola do fermento: o contágio celestial

"Disse-lhes outra parábola: O reino dos céus é semelhante ao fermento que uma mulher tomou e escondeu em três medidas de farinha, até ficar tudo levedado" (Mateus 13:33; veja também Lucas 20:21).
De todas as parábolas que Jesus ensinou ao lado do Mar da Galiléia, esta é a mais breve. Ela termina quase tão rapidamente como começa, deixando que nos agarremos com esta mensagem rápida e cortante. Tanto Mateus como Lucas registram esta parábola em associação imediata com a parábola da semente de mostarda, o que deixa a clara impressão de que ela, também, tem a ver com o modo como o reino se expande, ainda que seu impulso pareça mais para dentro do que para fora.
"O reino do céu é como o fermento..." Na lei de Moisés, o fermento era, com poucas exceções, proibido em oferendas, e durante a Páscoa todo fermento tinha que ser removido da casa (Êxodo 13:3; Levítico 2:11; Amós 4:5). Em todos os outros casos no Novo Testamento onde o fermento é usado como uma figura, ele é usado como uma má influência (Lucas 12:1; 1 Coríntios 5:7; Gálatas 5:9). Por esta razão alguns concluíram que o fermento nesta parábola simboliza uma força malévola, a sub-reptícia chegada da apostasia (J. N. Darby, Brief Exposition of Matthew, 1845, 40). Mas na parábola do fermento, como todas as outras da série junto ao mar, é explicitamente dito que ela pinta o reino do céu, e não o domínio de Satanás (Mateus 13:33; Lucas 13:20-21). Não há problema real aqui, uma vez que toda influência espiritual, tanto má como boa, trabalha do mesmo modo, e o uso diferente da mesma metáfora não é desconhecido nas Escrituras. Tanto Satanás como Cristo são comparados a um leão (1 Pedro 5:8; Apocalipse 5:5); mas no diabo é vista a ferocidade do leão negaceando sua presa, e em Jesus sua força e coragem. A pomba, em um lugar, é usada para ilustrar a tolice (Oséias 7:11) e em outro, a inofensiva simplicidade (Mateus 10:16).

"Que uma mulher escondeu em três medidas de farinha..." Como Buttrick observou, "Esta parábola sofreu muitas ofensas nas mãos dos alegoristas". Houve quem visse na mulher a igreja ou o Espírito Santo quando nada mais parece querer dizer além de que este é o tipo de trabalho feito costumeiramente pelas mulheres. Para Agostinho as três medidas de farinha representavam toda a raça humana nos três filhos de Noé; para Jerônimo e Ambrósio elas significavam a santificação do espírito, alma e corpo. Ainda que estas idéias possam em geral não estar muito longe do significado da farinha, as três medidas com toda probabilidade sugerem simplesmente nada mais do que a quantidade costumeira de massa usada no mundo antigo para assar pão (isto é, cerca de um alqueire, pouco mais do que 35 litros - Gênesis 18:6; Juízes 16:19; 1 Samuel 1:24).
A parábola do fermento parece falar da serena transformação que o reino de Deus opera no espírito humano e do modo sem ostentação pelo qual ele passa de coração a coração. Assim, o fermento, como a luz e o sal (Mateus 5:13-14), é um agente mudo mas poderoso. Justamente desse modo Jesus trabalhou entre os homens: "Não clamará, nem gritará, nem fará ouvir sua voz na praça" (Isaías 42:2-3; Mateus 12:17-21). Contudo, seu trabalho nunca foi secreto nem furtivo: "Eu tenho falado francamente ao mundo; ensinei continuamente tanto nas sinagogas como no templo, onde todos os judeus se reúnem, e nada disse em oculto" (João 18:20).

A obra do fermento também é interna e invisível. Esta parábola é uma declaração poderosa de natureza espiritual do reino. Foi este mesmo ponto que Jesus uma vez apresentou aos fariseus: "Não vem o reino de Deus com visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Porque o reino de Deus está dentro de vós" (Lucas 17:20-21). A revolução radical do reino de Cristo (diferente dos reinos dos homens, João 8:36) iria explodir silenciosamente dentro, operando uma completa transformação do coração. O fermento precisa portanto simbolizar o evangelho como opera invisível no espírito individual (1 Pedro 1:22-23) e então passa silenciosamente de um coração para outro (Atos 8:4).
A palavra de Deus é a semente em germinação da qual vem a nova vida de Deus, mas aqueles que foram tocados por ela também se tornam luz, sal e fermento no mundo (Mateus 5:13-14; Filipenses 2:15). Sua humildade de espírito e piedade de vida ornam "em todas as coisas, a doutrina de Deus" (Tito 2:10) e inevitavelmente atraem e então contaminam outros com o mesmo poderoso contágio celestial que mudou suas próprias vidas. O movimento de uma tão profunda força espiritual não é ruidoso nem clamoroso como um exército em marcha, mas firme, quieto e inexorável como uma planta tenra que primeiro penetra e depois trinca, e finalmente rompe a mais empedernida das rochas.

"Até que toda ficou fermentada..." Se temos que entender a massa como o coração de uma única alma, então é certo tomar o "toda" como um absoluto, porque em Cristo tudo é renovado (2 Coríntios 5:17); O todo da personalidade é penetrado. Mas se a massa simboliza o mundo, a parábola precisa ser entendida como falando da fermentação de todo coração honesto e bom e não de salvação universal (Mateus 7:13-14), ou alguma influência social universal ou uma humanidade não convertida. É inconcebível que aquele que veio "buscar e salvar o que estava perdido" jamais se preocupasse com o mero impacto social do evangelho. Com Jesus e seu reino era redenção pessoal ou nada (João 3:3-5).
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1 de nov. de 2011

Série Parábolas de Jesus

Série Parábolas de Jesus

As parábolas de Jesus
Lições que apagaram as luzes
É preciso dizer claramente que as parábolas foram destinadas a apagar as luzes de algumas pessoas. Estas histórias desconcertavam e incomodavam aquelas almas desonestas que estavam ansiosas por abusar de qualquer pequena verdade que parecesse filtrar até elas (Mateus 13:10-15; Marcos 4:11-12; Lucas 8:10). E não podemos pensar nelas como se fossem iletrados religiosos que eram moralmente depravados. Em seu número estavam as pessoas mais religiosas e aparentemente mais piedosas daquele tempo. Mas tinham projetos que diferiam do de Deus.

Depois que o Senhor ensinou sua grande parábola do Pastor e o aprisco, um discurso que parece ter feito no inverno que antecedeu a primavera de sua morte (João 10:1-18), seus críticos se queixaram de que seu ensinamento era obscuro e confuso e que ele deveria dizer-lhes em linguagem clara se ele era o Cristo ou não. A réplica de Jesus foi direta: Já lhes disse numa centena de modos, mas nenhuma delas será bastante, porque vocês simplesmente não acreditam; e não acreditam porque não são minhas ovelhas (10:24-26). O Filho de Deus não estava interessado em meter pela goela abaixo dos homens descrentes o que eles positivamente não queriam. Este grande Pastor estava chamando somente aqueles que queriam ouvir sua voz e segui-lo (10:27). Para os demais suas palavras seriam apenas palavrório sem significado; não porque o fossem, mas porque seus ouvidos carnais não afinavam com as coisas espirituais.

O mesmo ponto é convenientemente demonstrado por uma ocorrência durante o mesmo inverno: a cura pelo Senhor de um mendigo cego em Jerusalém, junto ao poço de Siloé (João 9). No começo, os críticos de Jesus buscaram febrilmente desacreditar esta cura notável (o homem tinha sido cego de nascença) como sendo uma artimanha. Mas, totalmente impedidos pelo testemunho dos pais do próprio homem, foram reduzidos a argumentar insensatamente que o que todos na cidade sabiam que tinha acontecido, não tinha acontecido realmente porque tinha sido feito no dia errado (no sábado) pelo homem errado (Jesus). Baseados em nada além de obstinação cega e inflexível, eles negavam o inegável. Jesus mais tarde teve de dizer-lhes: "Eu vim a este mundo para juízo, a fim de que os que não vêem vejam, e os que vêem se tornem cegos" (9:39). Seus críticos judeus, não tão obtusos que nada lhes penetrasse, finalmente pegaram o significado. "Acaso também nós somos cegos?" perguntaram. Ao que o Senhor replicou, "Se fôsseis cegos, não teríeis pecado algum; mas porque agora dizeis: Nós vemos, subsiste o vosso pecado" (9:40-41).

Como já temos observado, as parábolas de Jesus nunca apelavam muito para as pessoas que já se achavam sábias. Elas serviam simplesmente para apagar as pequenas luzes que tais pessoas tinham. Mas isso estava bem, porque o Senhor não o estava chamando, de qualquer modo, e o tempo havia chegado pelo terceiro ano do seu ministério público para afastar os eternos críticos, os curiosos, os freqüentadores habituais descuidados que não tinham real interesse no reino de Deus. Era chegada a hora quando os verdadeiros discípulos tinham que ser reunidos em volta dele e preparados para o inimaginável horror que viria.

Concordando, Edersheim (Life and Times of Jesus the Messiah, Vol. II, pág. 579, 580) classifica as parábolas de Jesus segundo uma escala contínua de crescente hostilidade dos seus oponentes:
As sete parábolas de Mateus 13 sobre a natureza do reino de Deus (no final do segundo ano) foram ditas logo depois que os fariseus tinham recorrido a descartar os milagres de Jesus com a explicação de que eram demoníacos (Mateus 12:22-34).
As parábolas ditas depois da transfiguração (terceiro ano) são encontradas em Lucas, capítulos 10-16 e 18. Estas são sobre o reino, mas têm um impulso admonitório e um tom de controvérsia, em resposta à crescente inimizade dos fariseus.
Há oito parábolas (Mateus 18, 20-22, 24, 25 e Lucas 19) nas quais o elemento controvérsia domina e o aspecto evangelista recua. Elas pegam o tema de julgamento.
A. B. Bruce (The Parabolic Teachings of Christ) as vê também naturalmente divididas em três grupos, mas de acordo com a obra de Jesus como Mestre, Evangelista e Profeta.
As parábolas de ensinamento têm a ver com a obra do Senhor no treinamento dos Doze: parábolas sobre o reino (Lucas 11:5-8 e 18:1-8); e três parábolas que se relacionam com o labor e o galardão no reino: Trabalhadores da vinha (Mateus 20:1-16), Talentos (Mateus 24:24), Minas (Lucas 19:12).
As parábolas de evangelismo incluem aquelas que mostram o amor de Deus pelos pecadores: Os dois pecadores (Lucas 7:40). Ovelha perdida, moeda perdida, filho perdido (Lucas 15). O fariseu e o publicano (Lucas 18:9-14). A Grande Ceia (Lucas 14:16), o Bom Samaritano (Lucas 10:30), o Administrador Infiel (Lucas 16:1). O Credor Incompassivo (Mateus 18:23).
As parábolas proféticas contêm mensagens de julgamento divino e incluem: A Figueira Estéril (Lucas 13:6). Os Lavradores Maus (Mateus 21:33). Casamento do Filho do Rei (22:1). Dez Virgens (25:1). Rico Tolo (Lucas 12:16).
Ainda que a análise de Bruce não seja exata, ela nos dá algumas sugestões úteis sobre como relatar o que Jesus estava tentando fazer durante os meses de encerramento de sua obra, quando tantas forças estavam chegando a uma convergência final.
Lições que apagaram as luzes

Série Parábolas de Jesus

Por que parábolas?
Quando Jesus, chegando ao fim do Seu segundo ano de pregação pública, derramou à beira do Mar da Galiléia aquela maravilhosa série de parábolas ilustrando a natureza do reino do céu, seus discípulos ficaram tão confusos com elas que lhe perguntaram em particular, "Por que lhes falas por parábolas?" (Mateus 13:10; Marcos 4:10).

As parábolas tinham certamente um lugar especial na última fase do ensinamento de Jesus, mas não eram unicamente dele. Elas aparecem freqüentemente no Velho Testamento (veja 2 Samuel 12:1-4), especialmente nos profetas (Isaías 5:1-2; Ezequiel 17:1-10), e foram um método familiar de ensinamento entre os rabis do próprio tempo de Jesus. O que, então, deve ter surpreendido os discípulos não foi seu desconhecimento de parábolas, mas a súbita mudança para uma abordagem de Seu Mestre até ali desconhecida. Jesus atribui a mudança no ensinamento a uma mudança na atitude de Seus ouvintes.

Mateus diz que Jesus falava por parábolas em cumprimento da profecia: "Abrirei os lábios em parábolas e publicarei enigmas dos tempos antigos" (Mateus 13:34-35; Salmo 78:2). O propósito das parábolas era revelar as verdades ocultas do reino de Deus, porém não a todos. Ao coração honesto, estas histórias ilustrativas trariam mais luz mas, aos orgulhosos e rebeldes, elas criariam mais confusão (Mateus 13:11-17). Esse é o significado da declaração de Jesus que "Porque a vós outros é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas àqueles não lhes é isso concedido" (Mateus 13:11). Isto não tem referência a alguns tipos de predestinação calvinista arbitrária, mas a um princípio que enche as páginas do Velho Testamento. Isaías fala fortemente disso. "Porque assim diz o Alto, o Sublime, que habita a eternidade, o qual tem o nome de Santo: Habito no alto e santo lugar, mas habito também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e vivificar o coração dos contritos" (Isaías 57:15). "... mas o homem para quem olharei é este: o aflito e abatido de espírito e que treme da minha palavra" (Isaías 66:2). E quanto ao orgulhoso, Isaías diz que na vinda do reino messiânico "Os olhos altivos dos homens serão abatidos, e a sua altivez será humilhada..." (Isaías 2:11).

A passagem que Jesus cita para explicar sua súbita reversão a parábolas (Isaías 6:9-10) fala da degradação espiritual dos israelitas, do orgulho e da teimosia de coração que tornaram impossível para eles continuar a ouvir e entender as palavras de Deus. Jesus diz simplesmente que era uma profecia que tinha sido liberalmente cumprida em seus próprios ouvintes. Toda a sabedoria que eles ouviram de sua boca e todas as maravilhas que viram de sua mão nada tinha significado porque "o coração deste povo está endurecido, de mau grado ouviram com os ouvidos, e fecharam os olhos;" (Mateus 13:15).

As parábolas eram um abanador nas mãos do Filho de Deus, que limparia sua eira da palha enquanto purificava o trigo. Elas eram uma penetrante espada de dois gumes para determinar se o coração de Seus ouvintes era orgulhoso ou humilde, teimoso ou contrito (Hebreus 4:12). Esse é o significado de seu "Pois ao que tem se lhe dará, e terá em abundância; mas ao que não tem, até o que tem lhe será tirado" (Mateus 13:12). Aqueles que possuíam humildade mental estavam destinados a ter um entendimento rico e verdadeiro do reino do céu, mas aqueles que não tinham nada, ou pouco desse espírito, estavam destinados a perder até o pouco entendimento que tinham.

O evangelho do reino está assim moldado para atrair e informar os humildes, enquanto afasta e confunde os orgulhosos. Ouvir a palavra de Deus é uma experiência dinâmica. Seremos ou melhores ou piores por ela. O mesmo sol que derrete a cera endurece a argila. Mas isso é a escolha que o estudante, não o mestre, faz. As parábolas não tornarão orgulhoso um coração humilde, mas podem tornar humilde um coração orgulhoso, se estivermos dispostos a permiti-lo. Isso, certamente, é o desejo maior do Salvador dos homens.

O significado das parábolas nem sempre foi patentemente evidente, mesmo para o coração humilde, mas a mesma história que afastou o altivo rindo presunçosamente, trouxe de volta o humilde fazendo perguntas. Os discípulos de Jesus não entenderam porque Ele começou subitamente a ensinar exclusivamente por parábolas (Mateus 13:10, 34-35), ou o que Suas histórias incomuns significavam, mas tinham aquela simplicidade de coração que os trouxe de volta pedindo mais informação (Mateus 13:36; Marcos 4:10; Lucas 8:9). Também temos essa escolha. Quando somos confrontados com alguma declaração desafiadora da Escritura, podemos tanto sair em desespero e confusão, ou ficar ali pacientemente para aprender mais. Nossa resposta revelará se nos é dado saber os mistérios do reino de Deus e que tipo de coração temos.