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7 de nov. de 2011

Sete Considerações a Respeito de dar e pedir Conselhos:

Sete Considerações a Respeito de dar e pedir Conselhos:

O assunto sobre conselhos é muito importante. Algumas situações muito iguais podem acontecer em igrejas que tem o discipulado como prática. Em muitos casos o abuso de autoridade é bem visível no meio de relacionamentos de discipulado.

FORMAR É MAIS DO QUE INFORMAR

    Certa vez um irmão falou sobre o tema "Luz do Mundo", e dizia: "A luz não se ouve, a luz se vê".  Jesus, que se apresentou como a luz do mundo, sabia que não poderia transmitir esta luz apenas com pregações. Ele não era o som do mundo. Por mais que falasse, Jesus não conseguiria transmitir toda a sua glória.  Suas palavras eram espírito e vida (Jo 6.63), mas a vida que estava nele era a luz dos homens (Jo 1.4). Ele sabia que esta luz deveria ser vista e observada de perto. As pregações são necessárias e até indispensáveis, mas o máximo que elas fazem é animar e informar.  Nunca promovem formação.  A informação é importante, mas é uma pequena parte da obra.  Então, como Jesus fez?

COMO DEVE SER AQUELE QUE DISCIPULA?

    Existe um grande perigo neste ministério: O abuso de autoridade. O Discipulador precisa entender que ele é o servo do discípulo e não o dono. Deve ensinar-lhe o conselho de Deus e não os seus gostos e costumes pessoais.  Deve preservar a iniciativa e as qualificações pessoais do discípulo.
    Devemos ter em mente a visão de Deus sobre a autoridade. No mundo a autoridade é sinal de posição e domínio. No reino de Deus é ao contrário. Jesus disse: "quem quiser tornar-se grande entre vós, será este o que vos sirva" (Mc 10.43). Ele foi o nosso exemplo. Foi o que mais se humilhou e o que mais serviu. Por isso que o Pai lhe deu toda a autoridade (Fp 2.5-11).

    Devemos distinguir bem entre três coisas distintas:

A PALAVRA DO SENHOR.  A esta o discípulo deve ter uma submissão absoluta. Quando lhe damos a palavra de Deus e ele não a recebe, está sendo rebelde e pode até ser disciplinado se não se arrepender.

  NOSSOS CONSELHOS.  A submissão aqui é relativa. Exemplo: quando dizemos a um discípulo que ele não pode casar com uma mulher incrédula, estamos dando a palavra do Senhor, mas quando dizemos que não é bom que ele case com a irmã "fulana", estamos dando um conselho. Muitas vezes o conselho que damos é baseado no conhecimento que temos da palavra do Senhor, mas, mesmo assim, não passa de um conselho. Não é uma palavra absoluta do Senhor.  Se o discípulo rejeita o conselho não é necessariamente um rebelde.  Entretanto, aquele que nunca aceita conselhos, é orgulhoso e auto-suficiente.. Não pode ser edificado.
   
NOSSAS OPINIÕES. Não é necessário nenhum tipo de submissão às opiniões e gostos pessoais do Discipulador.

Por fim, devemos entender que, como discipuladores, devemos dar três coisas fundamentais ao discípulo:

DEVEMOS DAR A NÓS MESMOS. Jesus não dava reuniões e sermões, dava a si mesmo (Jo 1.38-39;  Mc 2.15). Dar a si mesmo é dar o seu tempo, seu interesse, sua AMIZADE. Deixar-se envolver, ter carga, zelar, orar. Temos que dar nossa casa, nosso amor, nossa vida.

DEVEMOS DAR EXEMPLO. Jesus era exemplo (Jo 13.15). Ele disse: "vinde e vede" e não: "vinde e ouvi".  Nós também devemos dizer "vinde e vede". Devemos chegar a dizer: "sede meus imitadores como eu sou de Cristo". Isto não é pretensão.. Jesus não era pretensioso, nem Paulo. Deus é que nos torna exemplos pela vida de Cristo em nós.

DEVEMOS DAR A PALAVRA DE DEUS. Jesus instruiu com a palavra (Jo 15.3). Ele estava constantemente mostrando a vontade do Pai. Ele ensinava e orientava em toda parte e em todo o tempo. No templo, em casa, no caminho, no barco (Mc 10.1). Jesus dava ensino para todas as áreas da vida. Nós temos que ensinar os discípulos a guardar todas as coisas que Jesus ordenou.

Dito isto é importante entender que para estarmos preparados para exercer o papel de conselheiros devemos ter em mente estas sete considerações que serão faladas aqui. Antes de começarmos a colocar estas considerações, vamos refletir em cima de uma Escritura Sagrada muito interessante.
2 Crônicas 10:1=19: “Roboão foi a Siquém, onde todos os israelitas tinham se reunido para proclamá-lo rei. Jeroboão, filho de Nebate, tinha fugido do rei Salomão e estava no Egito. Assim que soube da reunião em Siquém, voltou do Egito. E mandaram chamá-lo. Então ele e todo o Israel foram ao encontro de Roboão e disseram "Teu pai colocou sobre nós um jugo pesado, mas agora diminui o trabalho árduo e este jugo pesado, e nós te serviremos". Roboão respondeu: "Voltem a mim daqui a três dias". E o povo foi embora. O rei Roboão perguntou às autoridades que haviam servido ao seu pai Salomão durante a vida dele: "Como vocês me aconselham a responder a este povo?" Eles responderam: "Se hoje fores bom para esse povo, se o agradares e lhe deres resposta favorável, eles sempre serão teus servos". Roboão, contudo, rejeitou o conselho que as autoridades de Israel lhe deram e consultou os jovens que haviam crescido com ele e o estavam servindo. Perguntou-lhes: "Qual é o conselho de vocês? Como devemos responder a este povo que me diz: 'Diminui o jugo que teu pai colocou sobre nós'?" Os jovens que haviam crescido com ele responderam: "A este povo que te disse: 'Teu pai colocou sobre nós um jugo pesado; torna-o mais leve' - dize: 'Meu dedo mínimo é mais grosso do que a cintura do meu pai. Pois bem, meu pai lhes impôs um jugo pesado; eu o tornarei ainda mais pesado. Meu pai os castigou com simples chicotes; eu os castigarei com chicotes pontiagudos' Três dias depois, Jeroboão e todo o povo voltaram a Roboão, segundo a orientação dada pelo rei: "Voltem a mim daqui a três dias". Mas o rei lhes respondeu asperamente. Rejeitando o conselho das autoridades de Israel, seguiu o conselho dos jovens e disse: "Meu pai lhes tornou pesado o jugo; eu o tornarei ainda mais pesado. Meu pai os castigou com simples chicotes; eu os castigarei com chicotes pontiagudos". E o rei não atendeu o povo, pois esta mudança nos acontecimentos vinha da parte de Deus, para que se cumprisse a palavra que o Senhor havia falado a Jeroboão, filho de Nebate, por meio do silonita Aías. Quando todo o Israel viu que o rei se recusava a ouvi-lo, respondeu ao rei: "Que temos em comum com Davi? Que temos em comum com o filho de Jessé? Para as suas tendas, ó Israel! Cuide da sua própria casa, ó Davi!" E assim os israelitas foram para as suas casas. Quanto, porém, aos israelitas que moravam nas cidades de Judá, Roboão continuou como rei deles. O rei Roboão enviou Adonirão chefe do trabalho forçado, mas todo o Israel o apedrejou até a morte. O rei, contudo, conseguiu subir em sua carruagem e fugir para Jerusalém. Desta forma Israel se rebelou contra a dinastia de Davi, e assim permanece até hoje”.

Um homem que infelizmente não ouviu conselhos dividiu o Reino de Israel. Então vamos analisar as sete considerações para quem dá e pede conselhos.

1-  Aqueles que não pedem conselhos e só notificam o que fazem:

Um homem chega para seu parceiro de discipulado e diz: Comprei um carro em 259 vezes de 590. O que você acha?
O que o parceiro de discipulado poderia achar? Não lhe foi pedido conselho algum, ele só foi notificado.

2-  Os independentes:

Não pedem conselho e nem notificam suas decisões.

3-Os que pedem conselhos, mas não consideram:

Para que pedir conselho se nosso coração não está disposto a acatar? Muitos conselhos não virão de encontro a nossa vontade, mas nos contrariarão. Esta classe de pessoas até pedem aconselhamento, tudo bonitinho, mas não está disposto a seguir o conselho.

4-Os que pedem conselhos para pessoas que dirão exatamente o que querem ouvir?

Normalmente pessoas vão se aconselhar com pessoas que irão dizer o que elas desejam ouvir. Ou por que estão na mesma situação, ou por que não tem muito a oferecer espiritualmente.

Um jovem uma vez foi pedir conselho ao amigo:
“Meu pai não quer que eu vá ao retiro”
O amigo disse:
“Que absurdo, conte para o líder”
E foi o que o jovem foi fazer, chegou até o líder e disse:
“Meu pai não quer que eu vá ao retiro, isso não é um absurdo? Nem cristão meu pai é.”
O Líder então lhe respondeu:
“Seu pai não permite que você vá? Então o obedeça, então não tenho autoridade sobre você; perante Deus, seu líder é seu pai.”

Captou?

5-Os que buscam conselhos com um monte de gente:

“quem sai à guerra precisa de orientação, e com muitos conselheiros se obtém a vitória.(Pv 24:6).

Eles usam até a Bíblia para confirmar sua atitude imprudente. Os conselheiros aqui em provérbios são os generais de guerra do Reino. Para sair a guerra você não consulta um açougueiro. Você irá a alguém que entenda de guerra.
Não saia espalhando coisas sobre sua vida e suas decisões.
6-Aqueles que fazem de seus líderes e discipuladores seus gurus:

Nunca buscam a Deus. Nunca oram. Não jejuam. Não amam a Palavra de Deus. Quando precisam de ajuda, correm para seus discipuladores. Um erro terrível!
E ainda pior que isso é que existem discipuladores que querem ser gurus. E até se ofendem quando dão conselhos e seus discípulos resolvem não fazer daquela maneira. Querem ser chefes dos discípulos. Outro erro infeliz.

7- Os que buscam à Deus em primeiro lugar:

Você que é um dicipulador deveria suspirar de alegria ao ver seu discípulo buscar à Deus ao invés de você.
Estes aqui buscam a Deus em oração, na palavra, no jejum e depois vão aos seus parceiros e buscam a confirmação de Deus nas palavras de seu discipulador.

Qual destas considerações você se identifica?

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