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23 de ago. de 2011

Existe espiritualidade nas Redes Sociais? (Espiritualidade)

Tudo começou esta semana quando estava numa aula de fundamentos do marketing e a professora afirmou com toda a convicção que as redes sociais faziam parte do futuro e que todas as empresas necessitam estar nas redes sociais... Cheguei em casa e me senti muito incomodado por não estar também nas redes sociais, logo me cadastrei nas principais e atualizei todos os perfis que possuía.

Depois de observar alguns mecanismos da rede, meditar nos sentimentos que tive e ver como meus amigos interagiam, concluí que este assunto era muito espiritual e merecia destaque não só na mídia, mas num debate espiritual com os jovens.

(Jr 29:4-14)Esta passagem traz uma carta que Deus havia escrito aos exilados, no caso o povo Judeu que estava exilado na Babilônia. Ele trazia orientações para que eles conseguissem viver no meio de um povo estrangeiro, sem serem assimilados.

Na guerra e na conquista de nações, existem três táticas básicas para lidar com os prisioneiros:

(1) Expulsão. Nesta você expulsa os povos, correndo o risco deles se fortalecerem e voltarem pra reivindicar suas terras;
(2) Escravidão/Opressão. Nesta você escraviza as pessoas (ou mesmo assume faz uma ditadura), correndo um risco das pessoas um dia se rebelarem (ex.: Líbia);
(3) Assimilação. Esta é uma estratégia de maior astúcia: você oferece às pessoas a “oportunidade” de fazer parte do povo e aproveitar todas as coisas boas, desde que elas se tornem como você. Você fica impressionado com as oportunidades e desiste da sua identidade. Em algum tempo, o povo perde sua identidade e é assimilado. Esta era a técnica usada na Babilônia.

Acredito que mecanismo semelhante está presente nas redes sociais e que devem ser motivo de atenção a todos.

Assim que me cadastrei veio o questionamento: “puxa, eu tenho tão poucos amigos... alguns tem 1200... outros 500... e eu só 54?” e então veio a segunda pergunta: “o que eu preciso fazer para ser popular? Acho que eu preciso imitar o comportamento da rede!”. Quantos já não ficaram deprimidos (ou chateados) por não receber nenhum post?

Alguns comportamentos típicos:

(A) escrever “kkkkk” ou “rsrsrsrsrs”, mesmo quando eu não deveria achar a menor graça do que foi escrito;
(B) “curtir” qualquer postagem, mesmo que minhas convicções sejam contrárias;
(C) Buscar pessoas para adicioná-las como amigos mesmo que eu não tenha nenhuma afinidade ou proximidade – buscar quantidade ao invés da qualidade;
(D) Falar e se comportar conforme o coletivo (ou a REDE) determina;
(E) Acreditar que 140/240 caracteres são suficientes para construir/manter amizades.

Quando eu faço isto perco a minha identidade, abro mão dos meus valores para ser aceito, participo do processo de assimilação e dentro em breve não sobrará nada do original.

Em Jeremias, Deus orienta ao povo que eles não deveriam diminuir, mas aumentar... Eles não deveriam sair da cidade, deveriam orar por ela, deveriam usar as coisas boas que existem nela, sem perder a sua identidade.

Não podemos ser assimilados pelos comportamentos presentes nas redes. Se eu preciso mudar para me tornar popular, não serei popular. Se eu preciso abrir mão dos meus valores e viver contra o que acredito  para ter muitas conexões, amigos, seguidores,..., estou fora!

Então qual seria a recomendação? Sair da Babilônia? Não! Viverei na Babilônia, aproveitarei as coisas boas que existem nela, mas viverei com os meus valores! Se elas são o futuro da comunicação, então é preciso ter homens e mulheres de convicção para fazerem a diferença, para ajudar as pessoas a mudarem de vida.

Jesus nunca abriu mão de seus valores para ter popularidade. Ele disse coisas como “Não vim trazer paz, mas espada” (Mt 10:34), “A porta é estreita” (Mt 7:13,14), “Nem todo aquele que diz Senhor entrará no Reino dos céus” (Mt 7:21), convidando as pessoas a seguirem os valores de Deus e não o contrário.

Por que Jesus fazia isto?

(Hb 13: 13,14) Por que Ele entendia que a Babilônia (ou a Rede Social, ou o Rio de Janeiro) são passageiros e ele deveria buscar os valores da cidade verdadeira, o céu.

Por último, falamos da conexão que Jesus fez com uma pessoa em (Lc 19: 1-10). Zaqueu era um homem rico, o qual deveria atrair a atenção e a proximidade de muitas pessoas buscando benefícios ou seus favores. Jesus adicionou ele em sua rede social, twittou ele... E o que vemos depois? Jesus com seus valores mudados? Não! Um homem transformado, decidido a mudar de vida, pronto para uma vida excelente.

O que esperar dos cristãos nas redes sociais? O mesmo que esperamos dos cristãos na escola, no trabalho, na família,... vidas que brilhem!

Você fica firme nos seus valores ou segue os valores da Rede?

Comparo com a seguinte estória: imagine que você chegou numa festa com seu grupo de amigos (que possuem os mesmos valores incríveis que você), todos vestidos de camisas vermelhas. Só que os donos da festa disseram: “vocês podem entrar, mas é melhor usarem camisas pretas como as nossas”, ou seja, desde que sejamos como eles. O que fazer? Não estou falando sobre sair da festa... Aproveite a festa... Mas entre nela com a sua melhor camisa vermelha e mais um monte delas debaixo do braço para convidar outras pessoas a vestirem elas também!

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